sexta-feira, dezembro 29, 2006

Feliz ano velho

Não faço promessas de ano novo. Não pulo ondinhas. Não gosto de sidra Cereser. Não acredito em cores de camisa, cuecas, bermudas e saias. Felizmente encho a cara e rapidamente posso me integrar aos festejos de mais um ano cumprido, mesmo que tenha sido um ano bem merda, o que não é o caso deste atual.

Mas já os tive, podem crer, anos esquecíveis. Já tive revéillons (qual será o plural desta coisa?) péssimos, como a única que vez que aceitei ser rebocado para aquele memorável espetáculo de Copacabana, com os fogos no céu. Detesto fogos de artifício, desde sempre, acho a distração mais inútil já inventada em todos os tempos. Tenho horror a pessoas perto de mim soltando fogos, geralmente bêbadas.
Nada contra as pessoas estarem bêbadas. O problema é beber e resolver soltar fogos perto de mim. Se o bebum vai lá e lança o rojão contra si próprio, azar o dele - que nos próximos anos decida se irá aprender a beber ou a soltar fogos e, antes disso, encare uma equipe de plantão num hospital que nutra por ele o mesmo sentimento que eu. Acontece que eu sempre acho que o idiota com o rojão na mão está prestes a cometer a cagada de lançar aquele artefato contra mim.
Pois bem, Copacabana, 31 de dezembro. Para começar, você precisa se adiantar, porque o mundo - literalmente - corre em direção ao lugar. Ou seja, lá pelas 7 da noite, 5 horas antes de começar o novo ano, você estará fadado a estar preso no meio do trânsito em pleno alto-verão tropical. Ao chegar na praia, toda a comédia de costumes da cidade estará lá e junto com ela, o fogueteiro bêbado. Centenas, milhares deles, motivados por sidra e pelos fogos oficiais. Aquela passagem de ano foi um dos momentos mais tensos da minha existência. Já atravessei assaltos armados com maior tranqüilidade.
Claro, ainda tem a volta. Acredite em mim, bêbado ou não, e eu estava sóbrio, um ônibus lotado não é o melhor lugar para se estar às 6 da manhã do primeiro dia do ano. Especialmente estando sóbrio e com sono.
Esse ano lá pela virada pretendo estar já em 2008. Não tentem me ligar, os sinais de celular pifam.
E, a propósito, não sejam como eu, emburrados e velhos. Feliz 2007 pra vocês, de coração. Só não estourem fogos perto de mim, caralho.

2 comentários:

nandi disse...

=D

Andrea disse...

Eu acho que ouvi essas mesmas palavras no dia de Natal...