sábado, agosto 23, 2008

O candidato



Esse rapazola aí do vídeo num ousado nó de gravata é o Mano Changes, candidato a vice-prefeito de Porto Alegre na chapa de Onyx (pronuncia-se Onícs) Lorenzoni, do DEM, você sabe, os Democratas. Longe das intenções deste blog questionar o direito de Mano de se candidatar a vice-prefeito - até porque ele foi eleito deputado estadual nas últimas eleições. Mano, nascido Diogo Bier, se celebrizou (nos pampas) com a sua banda Comunidade Ninjitsu, de apelo bastante forte entre os jovens de classe média-alta. Uma das bandeiras da Comunidade é o fumo de cannabis sativa, a popular lombra.

Não seria construtivo termos alguns dos democratas cantando este grande sucesso da Comunidade que aparece abaixo?



Mano, sem erva, nos vocais
Caralho

Você sabe que os tempos andam muito além de sua compreensão quando tal notícia aparece na sua tela.

"Padre lança concurso para eleger a freira mais bonita da Itália"

Vai, irmão, evangeliza as moças.

quinta-feira, agosto 21, 2008

Espírito olímpico nos outros é refresco



Créditos para o Uhull.

terça-feira, agosto 19, 2008

Que pelo nome não se perca

E-mail profético que recebi há pouco.

"Agora, confirmando o estigma dos Ronaldos, temos o Gaúcho.
Possivelmente daqui uns anos iremos vê-lo dizer:
- Eu pensei que fosse mulher."

Saravá.

sexta-feira, agosto 15, 2008

Bronze, Brasil!

"Brasil sobe para 4o maior distribuidor de spam do mundo"

Não é só em Pequim que nosso país faz bonito.

segunda-feira, agosto 11, 2008

Houve Sangue

Este blog fez uma tremenda campanha de marketing sem fins lucrativos em prol da continuação de Batman Begins, o assombroso Batman: The Dark Knight. A cobra fumou. Se o primeiro filme já havia deixado os fãs confessos do Morcegão em êxtase - este escriba, por exemplo, adquiriu o DVD - este segundo filme do diretor Christopher Nolan entrou para os anais como o mais radical filme em torno de um personagem de gibi. A excelência técnica somada ao trabalho dos atores e, principalmente, ao roteiro fora-de-série de Nolan e David Goyer possibilitam à película figurar ao lado das grandes histórias de Batman, como Batman: Ano 1 ou A Piada Mortal.

O pulo do gato? Não, não foi o lunático Coringa de Heath Ledger (um espetáculo à parte dentro do filme) mas a grande sacada de Nolan e Goyer de uma das características das grandes histórias de Batman: Batman, apesar de herói do pedaço, não precisa, no contexto da narrativa, ser mais importante que os "civis" que os cercam. Podem reparar que o Bruce Wayne de Nolan é o playboy marrento que Frank Miller forjou para alter-ego do vingador noturno e obsessivo, Alfred Pennyworth não é peça decorativa de set e James Gordon carrega a angústia de ser um tira honesto dentro da engrenagem corrupta de Gothan. O Harvey Dent de Aaron Eckhart superou as expectativas e deu à trama dimensões legitimamente épicas.

A decisão de apostar no trabalho dos atores para o desenrolar da trama foi crucial para que este filme de Batman conquistasse o coração e mente de suas platéias. Sim, e claro, não vamos esquecer da melhor campanha de divulgação já feita em cima de um filme desde o fenômeno A Bruxa de Blair (lembram dele?).

Se por um lado o diabólico Coringa revelou-se para cinéfilos um senhor vilão, outro filme recente mostrou às pessoas o quanto o Lado Negro da Força pode ser a força motriz de um filme. Em Sangue Negro, a tela se povoa de vilões. O filme de P. T. Anderson, um épico à altura de coisas do naipe de O Poderoso Chefão, apresenta não apenas o perverso capitalista Daniel Plainview (um colosso de trabalho de Daniel "Bill, the Butcher" Day-Lewis), mas ainda o fundamental Eli Sunday (Paul Dano). É algo fora da minha compreensão o fato de filmes rarefeitíssimos de dignidade como Titanic e Crash terem faturado o Oscar de Melhor Filme - no caso de Titanic, também levou Melhor Diretor - e Sangue Negro não, ainda que apenas sua seqüência final coloque no chinelo toda a produção cinematográfica apresentada em 2007.

terça-feira, agosto 05, 2008

Mohammed, um brasileiro

Mohammed dos Santos está preso e é notícia há cerca de uma semana em função de um desatino brutal: ele matou sua namorada, Cara Marie, britânica, de 17 anos, deixou o corpo da moça no box do banheiro de casa pra passar a noite na gandaia (uma performance da Mulher Melancia) e, ao voltar, esquartejou o corpo da menina para então jogar as partes num rio. A polícia ainda procura uma perna de Cara Marie.

Apurou-se que Mohammed teria apelado para a brutalidade medonha diante da ameaça de Cara Marie delatar aos pais de Mohammed, que residem na Inglaterra, seu vício em cocaína. Marie, conta-se, apanhava de Mohammed. Mohammed filmava as surras via celular, como registrou em imagens o corpo esquartejado da namorada.

Parece tudo fruto de uma mente perversa e predestinada para o mal que um belo dia resolveu colocar seus demônios internos em ação. Certo? Um desses apresentadores de programas televisivos com recheio de cotidianos violentos já deve ter dito que Mohammed é um vagabundo e drogado, que deveria entrar no pau e coisa pior. Mohammed certamente não é flor que se cheire, mas seu próprio advogado cantou uma boa pedra em entrevista para o G1.

Desde pequeno, segundo o advogado, Santos atirava pedras em viaturas. “Era um sinal de revolta pela perda do pai policial. Depois disso, ele teve alguns problemas com furto e roubo e até com outra tentativa de homicídio, quando adolescente”, disse Trajano.

Mohammed, maior de idade, morava sozinho e não tinha emprego conhecido. Testemunhas disseram que ele era um popular traficante em seu meio. Ele tinha histórico (roubo, furto e tentativa de homicídio) para a prática criminal. Parece que o que faltou foi o Estado fazer a sua parte diante de um criminoso reincidente. Mohammed estava livre, quando deveria estar preso. O flagrante peripatético de sua tentativa de suborno a um policial via telefone enquanto confessava o crime mostra que o rapaz achava provável escapar da cana mais uma vez. Afinal, recordemos, ele saiu pra balada logo após matar a namorada.

Mohammed, me parece, é somente outro reflexo do nosso estado cínico das coisas.