Oh, Lord, I'm coming!!
Você sabe o que é um orgasmo? Mesmo? Já teve algum?
Há mulheres que nem imaginam o que seja, e não estou falando de freiras - que devem gozar muito bem, aliás.
Ia dormir logo depois daquela série "politicamente incorreta" da GNT, Weeds, que fiquei vendo reprisar enquanto jantava neste domingo e já passava de meia-noite, não exatamente uma hora própria para janta. E começou um daqueles documentários ingleses cheio de ironias, ingleses bêbados, suecas ninfas e vovós taradas sobre o tal do ORGASMO, o maior desafio na vida de qualquer homem que se preze.
Quero dizer, documentários sobre sexo geralmente acabam desandando e parando nos freaks (mulheres que só conseguem gozar ao ser penetradas por elefantes besuntados de creme-de-leite e afins) ou então são mais chinfrins do que tentar bater umazinha e broxar. É difícil chegar num meio-termo e fazer algo realmente informativo, com um pingo de graça, pois afinal é sexo, algo muito legal quando feito por quem sabe.
Esse aí, salvo umas bobagens, ficava naquela zona do interessante, e resolvi ver. Os europeus são muito encucados com o sexo, transformam a coisa em algo muito maior do que ela realmente é. E o tema orgasmo carecia de uma opinião masculina de respeito - tipo um galã do cinema pornô, um jogador de futebol tipo o Romário, o Motumbo - e ficou muito centralizado em mulheres aproveitando a câmera e o microfone para dizer que seus vibradores eram mágicos, seus namorados (noivos, ex, atuais, amantes, clientes, etc.) eram uns fiascos e que bom mesmo era a masturbação. Seus dildos e seus dedos.
Havia um especialista em orgasmos (uau, que onda, hein?) mas você olhava para o sujeito de terno, um monte de livros atrás, um computador provavelmente desligado na mesa dele, aquela cara de pesquisador e pensava em muita coisa, mas não imaginava o sujeito fazer as mulheres subirem pelas paredes em ânsia e sofreguidão. Esse cara e mais um vovô que havia escrito um sexy best-seller ou algo do gênero sentado numa sex-shop, além de entrevistas com ingleses bêbados dentro de um pub ou saindo de um jogo de futebol formavam a oplinião masculina.
Os temas eram os mesmos de qulquer daquelas incontáveis reportagens que você já leu na Veja ou viu no Fantástico. O que é o clitóris? Para que serve? Onde fica? Orgasmos múltiplos? Orgasmos? Apesar das perguntas, as respostas compensavam, porque tinham sua graça. Especialmente as respostas dos não-especialistas. As especialistas fêmeas (uma coroa-vovó que se dizia a rainha da siririca ou algo do gênero, especialmente) entravam numas de dizer que o melhor orgasmo só podia ser alcançado na solidão.
Peraê. Vamos pensar só um pouquinho, um quase nada de raciocínio. Temos o pênis e a vagina de protagonistas, línguas, dedos, bundas, peitos e mais um tanto de coadjuvantes e a mulher vem me dizer que uma siririca é melhor que uma pusta trepada onde ambos gozam? Pergunto porque sei bem como é o lado de cá, o lado masculino. Uma punheta pode, quando muito, ser legal. Só. A fissura acontece mais quando nós, pobres adolescentes, apenas temos a nossas mãos e as coelhinhas da Playboy. Depois que a gente conhece a realpolitik, the hot stuff, o rala e rola, espancar o macaco se transforma em último recurso. Algo saudável, sem dúvida, mas que jamais substitui uma boa foda.
Daí a gente pode esticar a corda e chegar na ferida: o feminismo radical não passa de uma variação burra do machismo. Se o o machismo das cavernas é uma estupidez (e é), o feminismo radical que pensa que a mulher pode muito bem existir sem o homem é a estupidez suprema. Assim como homens e mulheres são seres absurdamente dissonantes, é por essa dissonância que um necessita do outro. É o velho papo-clichê-brega da cara-metade. Claro, agora que temos que ser politicamente corretos ou homossexuais mal-resolvidos irão querer nos processar, nem sempre as metades serão no modelo padrão, pode ser que um cara se sinta completo com outro ou uma moça prefira o abraço de uma semelhante mas, ainda que os amantes do arco-íris creiam piamente que todo mundo é gay, a maioria dos homens procura uma mulher que os complete e vice-versa.
A solução, meus amores, não pode ser fechar os olhos e meter a mão na massa. Acreditem na palavra de alguém que conhece de muito perto o paliativo manual. Para gozar bem, o melhor caminho é o sexo oposto ao seu. E esse sexo, sempre bom lembrar, começa na língua. Com duplo sentido, por favor.
2 comentários:
Como falar sobre sexo sem ser um profeta do óbvio?
O bom é ser "careta", já dizia Dom Roberto Carlos.
Cadê ocê?
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