Gente, boa notícia a meus 3 leitores. Não morri, ou, como canta Dylan, não morri ainda. Apenas saí de férias e a cabeça ainda não pegou o ritmo anterior de volta, daí o aparente abandono do espaço aqui.
(Talvez a notícia não seja tão boa, dizem que escritores são valorizados quando morrem jovens - o que talvez não se aplique mais a um homem de 28 anos)
Portanto, confessa a minha falta de palavras pra alocar aqui, vou tratar de enchê-los de lingüiça, assim, na cara dura e nem digo num sentido metafórico-grosseirão-pornô. Vou elucubrar sem nenhum destino aparente, na esperança de algo interessante acontecer até o ponto final. O risco de quem quiser ler, fica por conta própria.
Dia desses bateu a dúvida de meus dias de escritor terem estourado o prazo de validade. "E se não consigo mais criar ficção?" Sentava, ligava o computador e nada do parágrafo seguinte chegar. Tensão. A pior coisa é parar uma história no meio e não conseguir seguir adiante. É uma autêntica broxada, sendo que neste caso, usar língua e dedo na tela não vai resolver nada. Ou eu acho que não.
Depois disso, vieram as férias e foi mais de um mês na esbórnia. Os amigos estavam com saudades de mim, eu estava com saudades de meus amigos. Juro que na bagagem do meu périplo Belém-Rio-SP-Rio-Ouro Preto-Belém havia, além duma autêntica pilha de livros, um caderno meio nas últimas com um dos meus contos por terminar - e este está por terminar mesmo, é só questão de colocar as palavras no papel, mais nada. Mas quem disse que eu peguei a caneta e escrevi?
Pode não parecer, porque quem sentar pra conversar e beber comigo vai continuar vendo o mesmo sujeito que escreve essas e outras linhas, conta piadas, inventa chistes e ri de qualquer bobagem. Mas o processo de não conseguir escrever, a página em branco, o capítulo incompleto, tudo isso me angustia no final da noite. E não é o primeiro bloqueio de escritor que ultrapassa a minha vida, eu, que nunca perguntei a um escritor de verdade se esse negócio de bloqueio não é só lenda.
O irônico é que as férias foram ótimas. Certamente há momentos dela que podem render bons cenários de fundo para eu construir histórias em cima e eu ficaria contente em registrar, mesmo subjetivamente, frases ou sentimentos vividos no último mês de março. Porém, na mesma medida que tenho ganas de ler (acho que estou lendo uns 5 livros, simultaneamente, um deles em inglês britânico) me falta vontade de escrever. Estou assim, faltando um pedaço.
Continuo (ou não) esse exercício pessoal de busca da minha literatura perdida noutro post, meus amores. Bateu a fome no autor agora. Deixa eu ir lá me fritar uns x-búrguis e deitar na rede pra curtir "Houve Uma Vez Dois Verões" no DVD.
Escritor decadente também é filho de Deus.
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