segunda-feira, novembro 03, 2008

Pequeno demais

Diante do pífio empate no Maraca com a Lusinha, Caio Jr. se saiu com essa para os jornalistas: "Temos que entender que o campeonato é difícil, o Flamengo tem a melhor campanha do Rio, vamos ter um jogo de dois cariocas disputando o rebaixamento e ainda temos possibilidade de título. É a melhor campanha do Flamengo em Campeonatos Brasileiros. Não vamos ter jogos fáceis." O blablablá seguiu nessa linha risível, como se Caio fosse ainda o comandante do Goiás ou do Paraná Clube - e a insígnia estampada em vermelho sobre o peito de Caio na foto aí nos mostra que não é o caso.

Ok, encarar a vida com o discurso de "vamos buscar o hexa" após ter levado dois gols da Portuguesa desfalcada em pleno Maracanã seria cínico, mas apelar pra inútil regularidade da equipe que diante de sua torcida refuga é canalhice demais para o torcedor. "Melhor campanha" do Flamengo é título, querido Caio, por isso a torcida vaia um time em 5º lugar. Aliás, a menção das campanhas de Bota, Vasco e Flu para qualificar a campanha flamenga atual é a prova viva de que Caio não serve pra técnico do Flamengo.

O time vacila mas Caio não se mostra, digamos, puto da vida com os vacilos. Como se a mediocridade de um 5º lugar ou a raspa de tacho de "podemos conseguir uma vaga na libertadores" servissem de medidas para as pretensões de uma equipe que já teve o mundo a seus pés.

Sim, reconheço, é injustiça jogar toda a culpa da realidade medíocre de "quem sabe uma Libertadores" sobre os fraquíssimos ombros do técnico, afinal, os patrões de Caio inventaram aquela festa para o Joel diante de uma decisão de vaga na Libertadores, vacilaram tremendamente na janela de transferências (o time ficou capenga e fez água, caindo da liderança para sétima posição na tabela) e com o retorno do time à ponta da tabela, decretaram a tal festa do hexa.

Não se pode, porém, livrar a carinha de menino de Caio da palmatória quando vemos rodada após rodada a titularidade de Kléberson - num time cujo meio campo já conta com os marcadores Toró e Jaílton, além de Ibson, que precisa correr para suprir a ineficiência tanto defensiva quanto ofensiva do parceiro Kléberson. Pra não falar do ataque onde Obina parece ter mais moral que o dedo do técnico...

Caio não entendeu que o apoio da torcida ao time do ano passado não se deu em função da tabela, mas em função da postura do time. Os flamenguistas aceitam um time que perde o campeonato, como o time de 2007 perdeu, mas não aceitam um time que não é capaz de vencê-lo, como parece ser a triste realidade. Nós estaremos sempre de pé a vibrar a cada gol rubro-negro, mas ninguém se sente na obrigação de aplaudir um time vacilante.

Sim, há a possibilidade deste mesmo Caio Jr alcançar epicamente o sonho do hexa, mas, de coração, ainda campeão ele continuaria abaixo do que o Flamengo precisa. O que é uma pena.

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