sábado, novembro 25, 2006

Janaína

Mulheres, antes de qualquer coisa, esperam respostas. Decisivas, imponentes, curtas. Janaína queria de mim naquela sala de estar, uma quinta-feira chuvosa, nove e meia da noite, uma resposta.

Resposta essa eu que jamais saberia dar.

Já havia sido feita a noite e por inércia nos fizemos cometas, ela querendo arrancar de mim as palavras que precisava, eu querendo dela a carne, a pele, os pêlos. Mentirosos suspiros e cínicos arranhões. Eu não tinha palavras e ela não tinha desejo.

Os beijos mordiam e ela jurava mortes que estavam longe de acontecer naquela sala. Ela me olhava e se apertava para que eu entrasse mais, machucasse mais, gozasse mais. Talvez procurasse em mim o tesão que não havia, eu me segurava o máximo que podia para que ela ganhasse de mim naquela corrida rumo ao nada. Nós dois chegáramos a um lugar onde ambos não queríamos estar e aquele lugar era aquela sala, quinta-feira, nove e meia da noite.

Senti o sexo de Janaína se enroscar no meu e sua voz esganiçar e seus dentes em meu peitoral. Feito lágrima, deixei o sêmem escorrer para dentro dela e gani, moribundo.

A resposta nunca veio.

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