Sobre o gostar
É difícil começar a escrever sem um clichê. É difícil começar a escrever, não é verdade?, com ou sem clichês, imagina se a possibilidade do clichê for de cara excluída da jogada. Complica bastante escrever sobre coisas tão impalpáveis quanto verdadeiras como o gostar sem um clichezinho pra tornar tudo menos etéreo, menos ficcional. Entende? Veja só, na falta do clichê, tive que começar o texto com esse palavreio todo que nada diz, nada consta, apenas preenche e nada solidifica - o que não deixa de ser um clichê, dar voltas e mais voltas pra começar a dizer algo que nada tem a ver com a introdução priápica.
Não, não, não falarei sobre o priapismo. Vou falar sobre o gostar. Sobre gostar de alguém, pra ser mais específico, porque se gosta de muita coisa nessa vida. Acontece que quando se gosta de alguém o sentimento parece começar a fazer sentido, talvez porque seja mais fácil achar uma correpondência nesse ato de bemquerer - por exemplo, eu gosto de jogar bola, mas não é por isso que a bola, o campo e os jogadores facilitam minha vida nas peladas. Gostar de alguém e ser gostado em retorno, eis a sagração da gente.
Como se descobre que se gosta de alguém? Tão impossível quanto a pergunta é a resposta. Não há resposta. Há o sentimento. Em minha adolescência me descobri gostando de alguém porque ela tinha sardas e era ruiva. A outra tinha a bunda mais redonda que já vi ao vivo, ao menos dentro de jeans semibags (eram os anos 80/90). Confesso que vi outra bundas com o passar dos tempos, algumas realmente ótimas e tal, mas aí eu já era adulto e canalha o suficiente pra que a lembrança daquela bunda coberta de jeans adolescente pudesse ser eterna. Mágico e imprevisível esse troço do gostar.
Gosta-se desavisadamente e então já estamos irremediavelmente presos a algo que não podemos entender mas que nos fascina, nos comove e nos atrai junto a si. Ou ao menos funciona assim para mim. Isca e anzol. O gostar possui lá suas razões e eu geralmente não consigo contra-argumentar e me assumo presa fácil dos meus desatinos.
Bem, os desatinos. Não é nada fácil gostar porque gostar implica dedicação, cumplicidade, fé. Não se gosta impunemente e até as misses sabem bem disso ("Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas"). Pega mal essa coisa de gostar sem fazer força, de gostar de longe. Cheira a oportunismo e o oportunismo não cheira tão bem quando você não é o camisa 10 da Gávea ou coisa que o valha. Gostar é como passar um recibo de confiança ao outro caso a coisa fique preta, é garantir teto, oferecer o ombro e mesmo o copo na hora da necessidade e segurar uma eventual barra e se virar pra não deixar a peteca cair.
Porque nada consegue o grau de pureza de uma alegria compartilhada com quem se gosta. E é impossível ser feliz sozinho, não é mesmo? Daí a gente ser capaz de coisas impublicáveis pra fazer sorrir quem é digno de lembrança. Afinal, ridículo é quem nunca escreveu cartas de amor ou deixou de fazê-lo pra não cair em clichês.
segunda-feira, dezembro 01, 2008
quarta-feira, novembro 19, 2008
Laugh of the day
"Com economia pior, venda de camisinhas dispara na Coréia do Sul"
Maneira sutil de dizer que tá todo mundo se fodendo na Coréia, mas com proteção...
Não, não sou eu o gênio por trás da piada, mas sim o jovem Luiz Hagen.
"Com economia pior, venda de camisinhas dispara na Coréia do Sul"
Maneira sutil de dizer que tá todo mundo se fodendo na Coréia, mas com proteção...
Não, não sou eu o gênio por trás da piada, mas sim o jovem Luiz Hagen.
segunda-feira, novembro 17, 2008
Sai da frente, mulambada
Depois do jogo de ontem, só nos resta acreditar.
E torcer pra caralho.
Mengão rumo a Tóquio 2009, com uma ligeira porém necessária escala no Équissa. Com ou sem Caio Jr.
Depois do jogo de ontem, só nos resta acreditar.
E torcer pra caralho.
Mengão rumo a Tóquio 2009, com uma ligeira porém necessária escala no Équissa. Com ou sem Caio Jr.
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Flamengo é raça e o resto é fumaça,
Obina voltará
segunda-feira, novembro 03, 2008
Pequeno demais
Diante do pífio empate no Maraca com a Lusinha, Caio Jr. se saiu com essa para os jornalistas: "Temos que entender que o campeonato é difícil, o Flamengo tem a melhor campanha do Rio, vamos ter um jogo de dois cariocas disputando o rebaixamento e ainda temos possibilidade de título. É a melhor campanha do Flamengo em Campeonatos Brasileiros. Não vamos ter jogos fáceis." O blablablá seguiu nessa linha risível, como se Caio fosse ainda o comandante do Goiás ou do Paraná Clube - e a insígnia estampada em vermelho sobre o peito de Caio na foto aí nos mostra que não é o caso.
Ok, encarar a vida com o discurso de "vamos buscar o hexa" após ter levado dois gols da Portuguesa desfalcada em pleno Maracanã seria cínico, mas apelar pra inútil regularidade da equipe que diante de sua torcida refuga é canalhice demais para o torcedor. "Melhor campanha" do Flamengo é título, querido Caio, por isso a torcida vaia um time em 5º lugar. Aliás, a menção das campanhas de Bota, Vasco e Flu para qualificar a campanha flamenga atual é a prova viva de que Caio não serve pra técnico do Flamengo.
O time vacila mas Caio não se mostra, digamos, puto da vida com os vacilos. Como se a mediocridade de um 5º lugar ou a raspa de tacho de "podemos conseguir uma vaga na libertadores" servissem de medidas para as pretensões de uma equipe que já teve o mundo a seus pés.
Sim, reconheço, é injustiça jogar toda a culpa da realidade medíocre de "quem sabe uma Libertadores" sobre os fraquíssimos ombros do técnico, afinal, os patrões de Caio inventaram aquela festa para o Joel diante de uma decisão de vaga na Libertadores, vacilaram tremendamente na janela de transferências (o time ficou capenga e fez água, caindo da liderança para sétima posição na tabela) e com o retorno do time à ponta da tabela, decretaram a tal festa do hexa.
Não se pode, porém, livrar a carinha de menino de Caio da palmatória quando vemos rodada após rodada a titularidade de Kléberson - num time cujo meio campo já conta com os marcadores Toró e Jaílton, além de Ibson, que precisa correr para suprir a ineficiência tanto defensiva quanto ofensiva do parceiro Kléberson. Pra não falar do ataque onde Obina parece ter mais moral que o dedo do técnico...
Caio não entendeu que o apoio da torcida ao time do ano passado não se deu em função da tabela, mas em função da postura do time. Os flamenguistas aceitam um time que perde o campeonato, como o time de 2007 perdeu, mas não aceitam um time que não é capaz de vencê-lo, como parece ser a triste realidade. Nós estaremos sempre de pé a vibrar a cada gol rubro-negro, mas ninguém se sente na obrigação de aplaudir um time vacilante.
Sim, há a possibilidade deste mesmo Caio Jr alcançar epicamente o sonho do hexa, mas, de coração, ainda campeão ele continuaria abaixo do que o Flamengo precisa. O que é uma pena.
Diante do pífio empate no Maraca com a Lusinha, Caio Jr. se saiu com essa para os jornalistas: "Temos que entender que o campeonato é difícil, o Flamengo tem a melhor campanha do Rio, vamos ter um jogo de dois cariocas disputando o rebaixamento e ainda temos possibilidade de título. É a melhor campanha do Flamengo em Campeonatos Brasileiros. Não vamos ter jogos fáceis." O blablablá seguiu nessa linha risível, como se Caio fosse ainda o comandante do Goiás ou do Paraná Clube - e a insígnia estampada em vermelho sobre o peito de Caio na foto aí nos mostra que não é o caso.
Ok, encarar a vida com o discurso de "vamos buscar o hexa" após ter levado dois gols da Portuguesa desfalcada em pleno Maracanã seria cínico, mas apelar pra inútil regularidade da equipe que diante de sua torcida refuga é canalhice demais para o torcedor. "Melhor campanha" do Flamengo é título, querido Caio, por isso a torcida vaia um time em 5º lugar. Aliás, a menção das campanhas de Bota, Vasco e Flu para qualificar a campanha flamenga atual é a prova viva de que Caio não serve pra técnico do Flamengo.
O time vacila mas Caio não se mostra, digamos, puto da vida com os vacilos. Como se a mediocridade de um 5º lugar ou a raspa de tacho de "podemos conseguir uma vaga na libertadores" servissem de medidas para as pretensões de uma equipe que já teve o mundo a seus pés.
Sim, reconheço, é injustiça jogar toda a culpa da realidade medíocre de "quem sabe uma Libertadores" sobre os fraquíssimos ombros do técnico, afinal, os patrões de Caio inventaram aquela festa para o Joel diante de uma decisão de vaga na Libertadores, vacilaram tremendamente na janela de transferências (o time ficou capenga e fez água, caindo da liderança para sétima posição na tabela) e com o retorno do time à ponta da tabela, decretaram a tal festa do hexa.
Não se pode, porém, livrar a carinha de menino de Caio da palmatória quando vemos rodada após rodada a titularidade de Kléberson - num time cujo meio campo já conta com os marcadores Toró e Jaílton, além de Ibson, que precisa correr para suprir a ineficiência tanto defensiva quanto ofensiva do parceiro Kléberson. Pra não falar do ataque onde Obina parece ter mais moral que o dedo do técnico...
Caio não entendeu que o apoio da torcida ao time do ano passado não se deu em função da tabela, mas em função da postura do time. Os flamenguistas aceitam um time que perde o campeonato, como o time de 2007 perdeu, mas não aceitam um time que não é capaz de vencê-lo, como parece ser a triste realidade. Nós estaremos sempre de pé a vibrar a cada gol rubro-negro, mas ninguém se sente na obrigação de aplaudir um time vacilante.
Sim, há a possibilidade deste mesmo Caio Jr alcançar epicamente o sonho do hexa, mas, de coração, ainda campeão ele continuaria abaixo do que o Flamengo precisa. O que é uma pena.
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terça-feira, outubro 14, 2008
Ouvido não é penico
Festa SM 3 Anos :: Vitor Araújo, Dom Ângelo & Bernardo Palmeira - Take Five from Site Sobremusica on Vimeo.
Vitor Araújo, Dom Angelo, Bruno Cupim e Gleidson Leite e Bernardo Palmeira - Take Five
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Vitor Araújo, Dom Angelo, Bruno Cupim e Gleidson Leite e Bernardo Palmeira - Take Five
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